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Recolhimento no Lar e o Arquétipo Héstia-Hermes

Sete deusas e sete deuses influenciam arquetipicamente mulheres e homens. Estudando as pesquisas e experiências da psicoterapeuta junguiana Jean Shinoda Bolen, encontramos rico aprendizado que facilita muito nosso auto conhecimento.

Héstia ↔ Hermes - a coesão mística que concentra o fogo sagrado, o fogo do conhecimento místico do centro da terra. Representantes arquetípicos da alma e do espírito, Hermes-Mercúrio é o vento que sopra (pneuma) e acende a brasa (alma) no centro da lareira de Héstia. Trazendo este simbolismo espiritual para o que lhe corresponde aqui, manifesto em nível astral e consciente: as palavras podem tornar conscientemente conhecido o que foi percebido na obscuridade do inconsciente.

Nosso relativo isolamento social, o recolhimento no lar, mesmo que parcial, nos remete ao vislumbre de Héstia, quase nunca atendida nem mesmo percebida em nossa "lareira-coração". Ela é encontrada na solitude (sem solidão), na calma e na ordem que resulta da "contemplação da casa". Héstia reina sobre a organização e devoção ao nosso ambiente

íntimo, externo e interno. Mesmo sem o costume de nos dedicarmos a isso, o fato de estarmos mais em casa, deve ser também destinado a passar mais tempo com esta deusa, centrados em nós mesmos, transformando tarefas antes automáticas e apressadas em atos onde se coloca toda concentração aquietando a mente. Quando voltamos aos nossos afazeres básicos, simples e imitando nossos ancestros, estes atos se tornam fonte de calmo prazer e ordem interior. Delimitar algum tempo livre de redes sociais, imagens e idéias exteriores, nos remeterá a um estado compassivo e observador do essencial. Conseguiríamos, por certo, acrescentar características hestianas em nossa maneira de agir, trabalhar e principalmente "ouvir".

Períodos mesmo que pequenos de reclusão onde verdadeiramente nos encontramos com Héstia, nos ensinariam a ouvir e acolher sem julgamento, sem nos desgastarmos e talvez conquistar uma pitada da tranquilidade de um gato, com seu olhar de "senhor de si" absorvido em sua pose. Héstia nos chama para o interior de nós mesmos e talvez seja para isso que o "fogo do ventre de Gaia" esteja nos impelindo forçosamente através de um "puxão de orelhas", para que ela não necessite chegar a atos extremos.


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